segunda-feira, 19 de maio de 2008

UM POEMA DE AMOR

Ninguém gosta de mim
Ninguém sabe o meu nome
Ninguém já chama por mim
não interessa se sou pastor
se estou cego, surdo , mudo
se sou filho de Posídon
se estou acordado ou se durmo
Ninguém partiu no seu barco
e deixou-me só nesta ilha
tão bela e tão horrível
Ninguém deixou-me cego.

DSR

domingo, 11 de maio de 2008

NA ARRÁBIDA

Debrucei-me no peitoril da janela,
beijou-me um vento doce e verde,

ao fundo, a aguarela dos teus olhos
embalava suavemente gaivotas,
que, no quadro do Portinho,
pintavam de branco o espraiar do teu corpo.

DSR

sábado, 3 de maio de 2008

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Oh filha de Zeus, imortal Afrodite,
Tu que tanto engano teces, em teu trono
Cintilante, não sujeites meu coração
A dor tão grande!

Vem, vem como quando um dia ao longe
A voz me ouviste, as súplicas me escutaste,
E a casa de teu pai abandonando
Até mim vieste,

(…)

Oh vem, vem agora e liberta-me desta
Angústia mortal! O que meu coração
Tanto deseja, faz que suceda. Vem,
Ajuda-me a lutar!

Safo (trad. de Eugénio de Andrade)